Catástrofe é toda destruição e tragédia causada por calamidades, como grandes chuvas causando enchentes e destruindo casa, matando pessoas, destruindo pontes, tufões destruindo casas, matando pessoas, derrubando árvores. Infortúnio, desgraça causada pela natureza, como vulcões em erupção.
Infelizmente na Cidade de Santos temos alguns registros:
EM 1928, QUEDA DO
MONTE SERRAT ABALOU A CIDADE
Monte Serrat, 10 de
março de 1928. Um barulho ensurdecedor, pedras rolando morro abaixo, lama
escorrendo pela encosta, gritos de pavor, inúmeras casas destruídas e um saldo
de 110 mortos. A queda de uma extensa área do morro se transformou na maior
tragédia já ocorrida na Cidade.
A maioria dos imóveis atingidos
era de habitação coletiva. Uma parte do antigo prédio
da Santa Casa, situado no que é hoje o
Morro do Bufo, ficou destruída. O fato mobilizou todo o País e repercutiu
intensamente no exterior, como demonstram as páginas de A Tribuna da
época. O próprio jornal tratou de arregimentar campanhas em benefício das
famílias das vítimas e em favor da reconstrução da Santa Casa.
Trecho de um texto do jornal sobre o
episódio já dava a dimensão do fato. Sob a manchete "Horrorosa catástrofe
enluta a Cidade", a chamada: "A catástrofe de ontem (10) constituirá
a página mais dolorosa na história da vida de Santos".
Solidariedade - De todo o
Brasil vieram mensagens e doações. No exterior, órgãos governamentais e
entidades diversas manifestaram solidariedade. Artistas e atletas
promoveram shows e jogos beneficentes.
O então presidente de São Paulo, Júlio
Prestes, veio a Santos para conhecer de perto a extensão dos danos. Após sua
visita ao morro, determinou a destinação dos recursos que fossem necessários
para as obras prioritárias na encosta e de socorro aos parentes dos mortos ou
dos que ali possuíam suas moradias.
Devido à precariedade dos equipamentos de
resgate da época, o trabalho de remoção dos corpos demorou vários dias e
mobilizou grandes contingentes de operários, técnicos, engenheiros, soldados do
Corpo de Bombeiros e voluntários.
Na Santa Casa, dois necrotérios, uma
sala de cirurgia e parte das enfermarias foram destruídos. Os doentes foram
removidos para a Beneficência Portuguesa e Asilo dos Inválidos.
O hospital só não desapareceu sob o
lamaçal porque o estabelecimento já havia providenciado uma grande muralha de
pedras para conter quedas de barreiras, como já ocorrera por duas vezes.
O primeiro desmoronamento na encosta do
Monte Serrat foi em 1898. Ficou apenas no susto e em danos materiais. E o
segundo aconteceu em 1920, também sem maiores consequências.
Perícia - Três peritos
foram nomeados pelo Poder Público para verificar as condições de segurança do
Monte Serrat e as causas do desastre: Clodomiro Pereira da Silva, Joaquim
Vagliengo e Oliveira Borges.
A Tribuna publicou a
conclusão dos peritos numa edição de domingo, no dia 1º de abril de 1928. A
causa apontada foi a infiltração de água pluvial em excesso na encosta.
"...as águas atravessaram a crosta terrosa até atingir a camada
impermeável, provocando a queda brusca da barreira, dada a grande inclinação
que apresenta a superfície do escorregamento".
Tragédia anunciada
A hecatombe do mais famoso dos morros da cidade de Santos, como fora alardeado na imprensa de todo o país e até de algumas outras nações, não fora um acidente totalmente inesperado. O desastre vinha sendo desenhado havia alguns anos, a partir da instalação de pequenas pedreiras, autorizadas pela Prefeitura, na face norte do Monte Serrat. Com o tempo, elas foram minando as encostas locais. Somada às chuvas torrenciais de final de Verão, a estrutura do solo chegou a um ponto insustentável. Três dias antes do trágico acontecimento, uma fenda de mais de um metro de largura surgira nas proximidades do prédio do Cassino, que estava, então, sendo construído no alto do morro. Após muita insistência, a Prefeitura enviou um engenheiro a fim de produzir um parecer sobre o caso. O laudo foi assinado no dia 9 como “sem risco”. No dia seguinte, a credibilidade do documento ruiu junto com toneladas de pedra e terra.
Os moradores da Travessa Santa Casa haviam sido avisados informalmente sobre a fenda e os riscos que ela representava, mas apenas um deles levou o assunto à sério e acabara se mudando na véspera do desbarrancamento. Os incrédulos, como o português Domingues, pagaram com a própria vida e de suas famílias por não terem dado ouvidos aos alertas.
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0235b.htm . Acesso em Setembro de 2018.
EM 1956, TEMPESTADE DEVASTADORA PROVOCA DESTRUIÇÃO E
PÂNICO EM SANTOS
Esses dois bombeiros, dos muitos que foram convocados para o serviço de remoção de escombros, trabalharam dedicadamente, dia e noite, sobre enormes pedras, que se deslocaram da calota granítica do morro de Santa Terezinha e se precipitaram sobre os chalés situados na sua encosta, provocando muitas mortes.
Dia 1º de
março de 1956, quinta-feira, 12h30. Uma enorme massa de nuvens negras,
carregada, paira sobre a cidade de Santos, trocando repentinamente a
confortável e tranquilizadora luz natural por uma sombra escura, ameaçadora.
Sinal de chuva forte, previam os santistas pelas ruas do Centro, apertando o
passo para não serem pegos ao relento, privados da proteção ao que viria pela
frente.
Duas
horas mais tarde, as primeiras gotas prenunciavam o que aconteceria mais à
frente, um dos maiores temporais enfrentados pela cidade em sua história, ao
menos na vaga lembrança dos que já corriam em busca de abrigo, o mais próximo
que conseguiam.
A chuva
logo se transformou em temporal, aumentando de intensidade no avançar da tarde.
Somada à alta da maré já prevista para aquele dia, com ápice às 18 horas, as
águas pluviais não encontraram escoamento pelos sistema de canais, na direção
do mar, e a cidade imergiu. Inundações foram registradas em todos os setores de
Santos. Os canais transbordaram, as galerias acabaram obstruídas por toda sorte
de entulho e as principais ruas dos bairros se transformaram em verdadeiros
rios, chegando a atingir meio metro em vários locais.
Os
serviços de transporte coletivo, tanto por ônibus quanto bonde, foram
paralisados, deixando a população desarvorada. Milhares de crianças ficaram
presas em suas escolas, sem ter a mínima chance de voltar para casa. A situação
era de total apreensão.
MORROS: MORTES E ESTADO DE CALAMIDADE
Se as
coisas estavam caóticas na cidade baixa por conta das inundações, no alto dos
morros santistas, o problema era outro, ainda pior: os desbarrancamentos. As
chuvas violentas ocasionaram deslocamento de pesadas camadas de terra nos
morros de S. Bento, Itararé, Castelo, Bufo e, com maior intensidade, no Marapé,
onde vários chalés desabaram, registrando mortos e feridos. Os bombeiros de
toda a região foram acionados para prestar socorros às vítimas.
No Morro
de S. Bento, ligação 16, em um chalé arrastado por lama e pedras, os bombeiros
encontraram o corpo do operário José André e de duas crianças, a primeira de um
ano e meio e outra de seis anos de idade. Outras mortes foram registradas nos
morros do Itararé e no Monte Castelo.
Trabalhos no bairro do Marapé, um dos mais atingidos.
LUTO, LAMA E LÁGRIMAS
O bairro do Marapé foi o mais atingido pela tempestade. As imagens da tragédia acabaram percorrendo o país inteiro. A Rua Godofredo Fraga, sobre a qual desabou parte da encosta do morro de Santa Terezinha, ficou totalmente tomada por entulho, lama e pedras. Nos dias seguintes, o bairro viveu o drama intensamente, como registrou o jornal A Tribuna em sua edição do dia 3 de março: “Só ontem, avaliada em sua extensão, sem que ainda se possa precisar o número de mortos, a catástrofe destruiu vinte residências, segundo informações da Prefeitura de Santos. Entre os mortos, a maioria é de mulheres e crianças. Os chefes de família, em grande parte, ainda não haviam regressado do trabalho por causa da dificuldade do transporte que a fúria dos elementos provocou. Foi indescritível o desespero desse homens, quando, de volta, atingiram o local do desastre, não encontrando mais suas casas, suas esposas, seus filhos. A avalanche de lama e pedra foi horrorosamente arrasadora”.
Fonte: Blog Memória Santista. Disponível: http://memoriasantista.com.br/?p=1511. Acesse em Setembro de 2018.
EM 1967 - A NOITE EM QUE A CIDADE TREMEU
A explosão do Gasômetro atingiu praticamente todas as edificações da Vila Nova e adjacências.
Santos vivia mais uma madrugada calma e quente,
naquela segunda-feira, dia 9 de janeiro de 1967. A maior parte dos cerca de 300
mil habitantes santistas já estava na cama, “carregando as baterias” para
enfrentar a jornada de trabalho que se iniciava em poucas horas. Assim, fora o
latido fortuito de algum cão mais alerta ou o cantarolar descompassado dos
últimos boêmios dominicais, não se ouvia outro som pelas ruas até que, às 3
horas, um estrondo de grande violência sacudiu praticamente toda a cidade.
No epicentro do que pareceu
um ataque aéreo por bomba, no bairro da Vila Nova, a força do deslocamento do
ar provocado pela explosão de um imenso tanque de gás de carvão destelhou
dezenas de casas num raio de 2 km em torno do local conhecido pelos santistas como
“Gasômetro”, unidade operacional pertencente à “Companhia Cidade de Santos,
Eletricidade e Gás”, situada na rua Marechal Pego Júnior, 144.
A tragédia só não tomou dimensões catastróficas porque apenas um, dos cinco tambores, explodiu.
O complexo (um centro de
distribuição) ocupava uma área de 1.200 metros quadrados, abrigando cinco
tanques iguais ao que explodiu (eles eram apelidados de “Zeppelin”, dado o seu
formato). Cada reservatório media 15 metros de comprimento por 3 metros de
diâmetro e possuía capacidade para estocar 30 mil metros cúbicos de gás de
carvão, produzidos pela empresa no bairro do Valongo (Este serviço foi criado
no final do século 19 pela extinta companhia inglesa “The City of Santos
Improvments”, que o explorou até o final dos anos 1950. Inicialmente utilizado
para a iluminação pública – à gás – com o tempo passou a ser distribuído para
uso doméstico, através de encanamento de rua).
CENÁRIO DE GUERRA
Casas inteiras foram para o chão
Em poucos minutos,
sobressaltados, dezenas de policiais e bombeiros correram na direção do local
sinistrado, ainda cambaleantes por terem sido arrancados à força de seus “sonos
justos”. O que viram, ao ocuparem as cercanias do Gasômetro foi um autêntico
cenário de guerra: casas com telhas arrancadas e atiradas a longa distância,
janelas quebradas, muros e paredes em ruínas. Além do prejuízo material, mero
detalhe diante da situação catastrófica, foram contabilizadas 245 pessoas
feridas (surpreendentemente, nenhuma com gravidade). Mesmo não contando com
vítimas fatais, os jornais locais reputaram o fato como um dos maiores
acidentes da história de Santos.
A tragédia só não atingiu um quadro mais grave porque somente um, dos
cinco tambores, explodiu. Ainda assim, o impacto da detonação foi sentido até
na Ponta da Praia, distante 4 km do acidente. A violência da explosão foi
tamanha, que um pedaço enorme do tambor sinistrado foi encontrado no pátio do
Colégio Coração de Maria, localizado a 60 metros do local (no atual prédio da Universidade Metropolitana – Unimes – na Rua
Conselheiro Saraiva).
O FIM DOS TEMPOS
Os bombeiros resfriaram os tanques que sobraram para não ocorrer novas explosões
Santos não “fechou mais os olhos” após as três horas da manhã.
Os telefones de emergência da polícia e dos bombeiros tocam sem parar, com
relatos de pânico. Centenas de pessoas tomaram as ruas da cidade e o
bairro da Vila Nova acabou literalmente invadido por uma turba de curiosos.
Muitos deles, numa enorme corrente de solidariedade, se predispuseram a
colaborar com os soldados tanto na remoção dos escombros, como no auxílio aos
feridos. A explosão atingira todas as residências da rua Marechal Pego Júnior,
que ficou completamente coberta de tijolos, pedaços de vidros e telhas. Na
residência nº 106, uma moça não morreu por um triz. As paredes de sua casa
caíram para o lado oposto de onde estava. Outro morador das proximidades do
Gasômetro, cuja casa ruíra, contou à imprensa que teve a sensação de estar
vivendo o fim dos tempos.
IGREJA CONDENADA
No surgimento dos primeiros raios de sol, no dia 9, o então
prefeito Silvio Fernandes Lopes percorreu os locais atingidos e determinou uma
série de providências para a remoção dos escombros e prestação de socorro às
famílias desabrigadas, muitas das quais tiveram seus pertences recolhidos aos
depósitos da municipalidade. No mesmo dia, à tarde, uma comissão de técnicos da
Prefeitura inspecionou os prédios mais atingidos, expedindo ordens de
desocupação para os que apresentassem perigo de desabamento. Entre os mais
abalados, estava o prédio da Igreja Sagrado Coração de Jesus (1902),
cujas paredes foram condenadas pelas autoridades. Semanas depois, foi demolida.
A explosão do Gasômetro em Santos afetou a vida de 20 mil
usuários do sistema de gás de carvão, uma vez que toda a rede foi inutilizada.
Quilômetros de tubulação ficaram totalmente dilatados, destruídos, por conta da
altíssima temperatura gerada pela rebentação. Diante da inviabilidade
financeira para recompor o sistema, a empresa decidiu decidindo extinguir o
serviço de gás encanado. Seus clientes, em pouco tempo, migraram para o uso do
famoso GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). O serviço de gás encanado voltaria a
Santos no século 21, mas com outro tipo de produto, num sistema mais seguro.
Fonte: Memória Santista. Disponível: http://memoriasantista.com.br/?p=2485. Acesso em Setembro de 2018
EM 2015, INCÊNDIO NA ULTRACARGO
O INCÊNDIO NO PORTO DE
SANTOS EM 2015 foi um incêndio em tanques
de gasolina e etanol da empresa ULTRACARGO, localizado no porto de Santos, na Baixada Santista. O
incêndio teve início no dia 2 de abril, por volta das 10
horas, e foi extinguido completamente apenas em 10 de abril, totalizando nove
dias de incêndio.
O incêndio trouxe
várias consequências para os moradores das redondezas como complicações respiratórias e chuva ácida. Para tentar
conter as chamas, foram utilizados mais de oito bilhões de litros de água salgada, que
posteriormente retornou ao mar e causou a morte de sete toneladas de peixes,
por conta da diminuição da taxa de oxigênio na água.
Funcionários da Ultracargo realizavam
operações na área de transferência de combustíveis da empresa quando houve o
início do incêndio. A informação é do coordenador operacional do Corpo de
Bombeiros de São Paulo, coronel Cássio Roberto Armani, que participa de um
seminário em Santos, com agentes e interlocutora envolvidos no caso, para
discutir causas e consequências do sinistro. Segundo ele, a empresa não tinha
recursos suficientes para conter um incidente como o que ocorreu.
"Algum serviço estava sendo feito na área
de transferência, onde começou o fogo. Qual era? A empresa não nos falou",
afirmou o coronel. Sem indicar culpados, ele afirmou que as chamas atingiram os
tanques, logo sem seguida, pelas válvulas de vapores, conhecida como
vamp, localizadas acima dos tonéis. "A partir daí as explosões começaram e
o incêndio ficou fora de controle".
Ele explicou que a proximidade com uma fonte
inesgotável de água foi decisiva para que o sinistro fosse, realmente, contido.
“Poderíamos ter tido problemas, caso não tivéssemos o mar à disposição”,
afirmou. Prova disso foram os momentos em que as bombas instaladas no navio do
Corpo de Bombeiros, Governador Fleury, param de funcionar. “Ficaram quatro dias
trabalhando direto, enquanto o normal é apenas um. O apoio dos rebocadores, nos
dias posteriores, foram importantes”.
INCÊNDIO
Ao todo, foram mais de 197 horas de incêndio,
que começou por volta das 10 horas do dia 2 de Abril. O episódio foi
considerado o maior em região industrial do País e o segundo maior do gênero da
história mundial, em volume de pessoal empregado, combatido por bombeiros – 118
homens, ante 180 em decorrência de 2005, na Inglaterra.
Corpo de Bombeiros, Prefeitura, Defesa Civil,
Marinha, Exército e Aeronáutica concentraram suas ações para apagar as imensas
chamas vistas de várias cidades da Baxada Santista.
O incêndio, além de provocar a morte de cerca
de 10 toneladas de peixes, sendo 3 toneladas só em Cubatão, também afetou o tráfego de caminhões, a atracação de navios no Porto de Santos e mudou a rotina
de moradores da região.
Toneladas de peixes mortos
Fonte: ATribuna online. Disponível: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/santos/ultracargo-fazia-operacoes-quando-incendio-comecou-dizem-bombeiros. Acesso em Setembro de 2018.
Monte Serrat, 10 de
março de 1928. Um barulho ensurdecedor, pedras rolando morro abaixo, lama
escorrendo pela encosta, gritos de pavor, inúmeras casas destruídas e um saldo
de 110 mortos. A queda de uma extensa área do morro se transformou na maior
tragédia já ocorrida na Cidade.
A maioria dos imóveis atingidos
era de habitação coletiva. Uma parte do antigo prédio
da Santa Casa, situado no que é hoje o
Morro do Bufo, ficou destruída. O fato mobilizou todo o País e repercutiu
intensamente no exterior, como demonstram as páginas de A Tribuna da
época. O próprio jornal tratou de arregimentar campanhas em benefício das
famílias das vítimas e em favor da reconstrução da Santa Casa.
Trecho de um texto do jornal sobre o
episódio já dava a dimensão do fato. Sob a manchete "Horrorosa catástrofe
enluta a Cidade", a chamada: "A catástrofe de ontem (10) constituirá
a página mais dolorosa na história da vida de Santos".
Solidariedade - De todo o
Brasil vieram mensagens e doações. No exterior, órgãos governamentais e
entidades diversas manifestaram solidariedade. Artistas e atletas
promoveram shows e jogos beneficentes.
O então presidente de São Paulo, Júlio
Prestes, veio a Santos para conhecer de perto a extensão dos danos. Após sua
visita ao morro, determinou a destinação dos recursos que fossem necessários
para as obras prioritárias na encosta e de socorro aos parentes dos mortos ou
dos que ali possuíam suas moradias.
Devido à precariedade dos equipamentos de
resgate da época, o trabalho de remoção dos corpos demorou vários dias e
mobilizou grandes contingentes de operários, técnicos, engenheiros, soldados do
Corpo de Bombeiros e voluntários.
Na Santa Casa, dois necrotérios, uma
sala de cirurgia e parte das enfermarias foram destruídos. Os doentes foram
removidos para a Beneficência Portuguesa e Asilo dos Inválidos.
O hospital só não desapareceu sob o
lamaçal porque o estabelecimento já havia providenciado uma grande muralha de
pedras para conter quedas de barreiras, como já ocorrera por duas vezes.
O primeiro desmoronamento na encosta do
Monte Serrat foi em 1898. Ficou apenas no susto e em danos materiais. E o
segundo aconteceu em 1920, também sem maiores consequências.
Perícia - Três peritos
foram nomeados pelo Poder Público para verificar as condições de segurança do
Monte Serrat e as causas do desastre: Clodomiro Pereira da Silva, Joaquim
Vagliengo e Oliveira Borges.
A Tribuna publicou a
conclusão dos peritos numa edição de domingo, no dia 1º de abril de 1928. A
causa apontada foi a infiltração de água pluvial em excesso na encosta.
"...as águas atravessaram a crosta terrosa até atingir a camada
impermeável, provocando a queda brusca da barreira, dada a grande inclinação
que apresenta a superfície do escorregamento".
Tragédia anunciada
A hecatombe do mais famoso dos morros da cidade de Santos, como fora alardeado na imprensa de todo o país e até de algumas outras nações, não fora um acidente totalmente inesperado. O desastre vinha sendo desenhado havia alguns anos, a partir da instalação de pequenas pedreiras, autorizadas pela Prefeitura, na face norte do Monte Serrat. Com o tempo, elas foram minando as encostas locais. Somada às chuvas torrenciais de final de Verão, a estrutura do solo chegou a um ponto insustentável. Três dias antes do trágico acontecimento, uma fenda de mais de um metro de largura surgira nas proximidades do prédio do Cassino, que estava, então, sendo construído no alto do morro. Após muita insistência, a Prefeitura enviou um engenheiro a fim de produzir um parecer sobre o caso. O laudo foi assinado no dia 9 como “sem risco”. No dia seguinte, a credibilidade do documento ruiu junto com toneladas de pedra e terra.
Os moradores da Travessa Santa Casa haviam sido avisados informalmente sobre a fenda e os riscos que ela representava, mas apenas um deles levou o assunto à sério e acabara se mudando na véspera do desbarrancamento. Os incrédulos, como o português Domingues, pagaram com a própria vida e de suas famílias por não terem dado ouvidos aos alertas.
Os moradores da Travessa Santa Casa haviam sido avisados informalmente sobre a fenda e os riscos que ela representava, mas apenas um deles levou o assunto à sério e acabara se mudando na véspera do desbarrancamento. Os incrédulos, como o português Domingues, pagaram com a própria vida e de suas famílias por não terem dado ouvidos aos alertas.
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0235b.htm . Acesso em Setembro de 2018.
EM 1956, TEMPESTADE DEVASTADORA PROVOCA DESTRUIÇÃO E
PÂNICO EM SANTOS
Esses dois bombeiros, dos muitos que foram convocados para o serviço de remoção de escombros, trabalharam dedicadamente, dia e noite, sobre enormes pedras, que se deslocaram da calota granítica do morro de Santa Terezinha e se precipitaram sobre os chalés situados na sua encosta, provocando muitas mortes.
Dia 1º de
março de 1956, quinta-feira, 12h30. Uma enorme massa de nuvens negras,
carregada, paira sobre a cidade de Santos, trocando repentinamente a
confortável e tranquilizadora luz natural por uma sombra escura, ameaçadora.
Sinal de chuva forte, previam os santistas pelas ruas do Centro, apertando o
passo para não serem pegos ao relento, privados da proteção ao que viria pela
frente.
Duas
horas mais tarde, as primeiras gotas prenunciavam o que aconteceria mais à
frente, um dos maiores temporais enfrentados pela cidade em sua história, ao
menos na vaga lembrança dos que já corriam em busca de abrigo, o mais próximo
que conseguiam.
A chuva
logo se transformou em temporal, aumentando de intensidade no avançar da tarde.
Somada à alta da maré já prevista para aquele dia, com ápice às 18 horas, as
águas pluviais não encontraram escoamento pelos sistema de canais, na direção
do mar, e a cidade imergiu. Inundações foram registradas em todos os setores de
Santos. Os canais transbordaram, as galerias acabaram obstruídas por toda sorte
de entulho e as principais ruas dos bairros se transformaram em verdadeiros
rios, chegando a atingir meio metro em vários locais.
Os
serviços de transporte coletivo, tanto por ônibus quanto bonde, foram
paralisados, deixando a população desarvorada. Milhares de crianças ficaram
presas em suas escolas, sem ter a mínima chance de voltar para casa. A situação
era de total apreensão.
MORROS: MORTES E ESTADO DE CALAMIDADE
Se as coisas estavam caóticas na cidade baixa por conta das inundações, no alto dos morros santistas, o problema era outro, ainda pior: os desbarrancamentos. As chuvas violentas ocasionaram deslocamento de pesadas camadas de terra nos morros de S. Bento, Itararé, Castelo, Bufo e, com maior intensidade, no Marapé, onde vários chalés desabaram, registrando mortos e feridos. Os bombeiros de toda a região foram acionados para prestar socorros às vítimas.
No Morro
de S. Bento, ligação 16, em um chalé arrastado por lama e pedras, os bombeiros
encontraram o corpo do operário José André e de duas crianças, a primeira de um
ano e meio e outra de seis anos de idade. Outras mortes foram registradas nos
morros do Itararé e no Monte Castelo.
Trabalhos no bairro do Marapé, um dos mais atingidos. |
LUTO, LAMA E LÁGRIMAS
A explosão do Gasômetro atingiu praticamente todas as edificações da Vila Nova e adjacências. |
Santos vivia mais uma madrugada calma e quente,
naquela segunda-feira, dia 9 de janeiro de 1967. A maior parte dos cerca de 300
mil habitantes santistas já estava na cama, “carregando as baterias” para
enfrentar a jornada de trabalho que se iniciava em poucas horas. Assim, fora o
latido fortuito de algum cão mais alerta ou o cantarolar descompassado dos
últimos boêmios dominicais, não se ouvia outro som pelas ruas até que, às 3
horas, um estrondo de grande violência sacudiu praticamente toda a cidade.
No epicentro do que pareceu
um ataque aéreo por bomba, no bairro da Vila Nova, a força do deslocamento do
ar provocado pela explosão de um imenso tanque de gás de carvão destelhou
dezenas de casas num raio de 2 km em torno do local conhecido pelos santistas como
“Gasômetro”, unidade operacional pertencente à “Companhia Cidade de Santos,
Eletricidade e Gás”, situada na rua Marechal Pego Júnior, 144.
A tragédia só não tomou dimensões catastróficas porque apenas um, dos cinco tambores, explodiu. |
O complexo (um centro de
distribuição) ocupava uma área de 1.200 metros quadrados, abrigando cinco
tanques iguais ao que explodiu (eles eram apelidados de “Zeppelin”, dado o seu
formato). Cada reservatório media 15 metros de comprimento por 3 metros de
diâmetro e possuía capacidade para estocar 30 mil metros cúbicos de gás de
carvão, produzidos pela empresa no bairro do Valongo (Este serviço foi criado
no final do século 19 pela extinta companhia inglesa “The City of Santos
Improvments”, que o explorou até o final dos anos 1950. Inicialmente utilizado
para a iluminação pública – à gás – com o tempo passou a ser distribuído para
uso doméstico, através de encanamento de rua).
Casas inteiras foram para o chão |
Em poucos minutos,
sobressaltados, dezenas de policiais e bombeiros correram na direção do local
sinistrado, ainda cambaleantes por terem sido arrancados à força de seus “sonos
justos”. O que viram, ao ocuparem as cercanias do Gasômetro foi um autêntico
cenário de guerra: casas com telhas arrancadas e atiradas a longa distância,
janelas quebradas, muros e paredes em ruínas. Além do prejuízo material, mero
detalhe diante da situação catastrófica, foram contabilizadas 245 pessoas
feridas (surpreendentemente, nenhuma com gravidade). Mesmo não contando com
vítimas fatais, os jornais locais reputaram o fato como um dos maiores
acidentes da história de Santos.
A tragédia só não atingiu um quadro mais grave porque somente um, dos
cinco tambores, explodiu. Ainda assim, o impacto da detonação foi sentido até
na Ponta da Praia, distante 4 km do acidente. A violência da explosão foi
tamanha, que um pedaço enorme do tambor sinistrado foi encontrado no pátio do
Colégio Coração de Maria, localizado a 60 metros do local (no atual prédio da Universidade Metropolitana – Unimes – na Rua
Conselheiro Saraiva).
O FIM DOS TEMPOS
Os bombeiros resfriaram os tanques que sobraram para não ocorrer novas explosões |
Santos não “fechou mais os olhos” após as três horas da manhã.
Os telefones de emergência da polícia e dos bombeiros tocam sem parar, com
relatos de pânico. Centenas de pessoas tomaram as ruas da cidade e o
bairro da Vila Nova acabou literalmente invadido por uma turba de curiosos.
Muitos deles, numa enorme corrente de solidariedade, se predispuseram a
colaborar com os soldados tanto na remoção dos escombros, como no auxílio aos
feridos. A explosão atingira todas as residências da rua Marechal Pego Júnior,
que ficou completamente coberta de tijolos, pedaços de vidros e telhas. Na
residência nº 106, uma moça não morreu por um triz. As paredes de sua casa
caíram para o lado oposto de onde estava. Outro morador das proximidades do
Gasômetro, cuja casa ruíra, contou à imprensa que teve a sensação de estar
vivendo o fim dos tempos.
IGREJA CONDENADA
No surgimento dos primeiros raios de sol, no dia 9, o então
prefeito Silvio Fernandes Lopes percorreu os locais atingidos e determinou uma
série de providências para a remoção dos escombros e prestação de socorro às
famílias desabrigadas, muitas das quais tiveram seus pertences recolhidos aos
depósitos da municipalidade. No mesmo dia, à tarde, uma comissão de técnicos da
Prefeitura inspecionou os prédios mais atingidos, expedindo ordens de
desocupação para os que apresentassem perigo de desabamento. Entre os mais
abalados, estava o prédio da Igreja Sagrado Coração de Jesus (1902),
cujas paredes foram condenadas pelas autoridades. Semanas depois, foi demolida.
A explosão do Gasômetro em Santos afetou a vida de 20 mil
usuários do sistema de gás de carvão, uma vez que toda a rede foi inutilizada.
Quilômetros de tubulação ficaram totalmente dilatados, destruídos, por conta da
altíssima temperatura gerada pela rebentação. Diante da inviabilidade
financeira para recompor o sistema, a empresa decidiu decidindo extinguir o
serviço de gás encanado. Seus clientes, em pouco tempo, migraram para o uso do
famoso GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). O serviço de gás encanado voltaria a
Santos no século 21, mas com outro tipo de produto, num sistema mais seguro.
Fonte: Memória Santista. Disponível: http://memoriasantista.com.br/?p=2485. Acesso em Setembro de 2018
EM 2015, INCÊNDIO NA ULTRACARGO
O INCÊNDIO NO PORTO DE
SANTOS EM 2015 foi um incêndio em tanques
de gasolina e etanol da empresa ULTRACARGO, localizado no porto de Santos, na Baixada Santista. O
incêndio teve início no dia 2 de abril, por volta das 10
horas, e foi extinguido completamente apenas em 10 de abril, totalizando nove
dias de incêndio.
O incêndio trouxe
várias consequências para os moradores das redondezas como complicações respiratórias e chuva ácida. Para tentar
conter as chamas, foram utilizados mais de oito bilhões de litros de água salgada, que
posteriormente retornou ao mar e causou a morte de sete toneladas de peixes,
por conta da diminuição da taxa de oxigênio na água.
Funcionários da Ultracargo realizavam
operações na área de transferência de combustíveis da empresa quando houve o
início do incêndio. A informação é do coordenador operacional do Corpo de
Bombeiros de São Paulo, coronel Cássio Roberto Armani, que participa de um
seminário em Santos, com agentes e interlocutora envolvidos no caso, para
discutir causas e consequências do sinistro. Segundo ele, a empresa não tinha
recursos suficientes para conter um incidente como o que ocorreu.
"Algum serviço estava sendo feito na área
de transferência, onde começou o fogo. Qual era? A empresa não nos falou",
afirmou o coronel. Sem indicar culpados, ele afirmou que as chamas atingiram os
tanques, logo sem seguida, pelas válvulas de vapores, conhecida como
vamp, localizadas acima dos tonéis. "A partir daí as explosões começaram e
o incêndio ficou fora de controle".
Ele explicou que a proximidade com uma fonte
inesgotável de água foi decisiva para que o sinistro fosse, realmente, contido.
“Poderíamos ter tido problemas, caso não tivéssemos o mar à disposição”,
afirmou. Prova disso foram os momentos em que as bombas instaladas no navio do
Corpo de Bombeiros, Governador Fleury, param de funcionar. “Ficaram quatro dias
trabalhando direto, enquanto o normal é apenas um. O apoio dos rebocadores, nos
dias posteriores, foram importantes”.
INCÊNDIO
Ao todo, foram mais de 197 horas de incêndio,
que começou por volta das 10 horas do dia 2 de Abril. O episódio foi
considerado o maior em região industrial do País e o segundo maior do gênero da
história mundial, em volume de pessoal empregado, combatido por bombeiros – 118
homens, ante 180 em decorrência de 2005, na Inglaterra.
Corpo de Bombeiros, Prefeitura, Defesa Civil,
Marinha, Exército e Aeronáutica concentraram suas ações para apagar as imensas
chamas vistas de várias cidades da Baxada Santista.
O incêndio, além de provocar a morte de cerca
de 10 toneladas de peixes, sendo 3 toneladas só em Cubatão, também afetou o tráfego de caminhões, a atracação de navios no Porto de Santos e mudou a rotina
de moradores da região.
Toneladas de peixes mortos |
Fonte: ATribuna online. Disponível: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/santos/ultracargo-fazia-operacoes-quando-incendio-comecou-dizem-bombeiros. Acesso em Setembro de 2018.
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